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Torcedor em 2022, Cano supera Lautaro na disputa dos artilheiros de um toque
- Atacante argentino fez seu 200º jogo com a camisa tricolor. Foram 106 gols
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A FC Internazionale de Milão contava com o artilheiro dos gols de um só toque, o argentino Lautaro Martínez, o que não sabia é que provaria do próprio veneno. Aos 37 anos, dez a mais do que o conterrâneo, Germán Cano é quem exerce esse papel para o Fluminense FC. Ele às vezes aparece pouco, é verdade. Quando a bola chega em condições, o camisa 14 não titubeia para decidir. Foi isso o que fez aos três minutos com uma chicotada de cabeça que passou entre as pernas do goleiro Yann Sommer e que abriu o caminho para a vitória por 2 a 0. Mais de 70% de seus 106 gols no clube foram de primeira.
"No jogo passado, bati na trave. Hoje consegui. Eu falei com a minha espeosa, meu empresário e meu filho que uma bola ia aparecer na área. Estou muito feliz pelo gol. Foi meu jogo 200 no clube, mais de 100 gols", lembrou Cano, que foi flagrado pelas câmeras de televisão chorando no banco de reservas emocionado pela vitória. "Foi um jogo difícil, [a Inter de Milão tem] jogadores de muita qualidade, é muito superior ao nosso time, mas não deixamos de lutar."
Aos 36 minutos da segunda etapa, Lautaro também teve sua chance. Em uma jogada pela direita de Sebastiano Esposito, o cruzamento veio forte e, de primeira, o capitão da Inter de Milão finalizou para grande defesa de Fábio. Na jogada seguinte, o argentino recebeu de Luís Henrique e -- com dois toques, um para matar e outro para chutar -- acertou a trave.
Cano e Lautaro têm mais em comum do que os gols de primeira. O ano de 2022 foi especial para os dois. Após deixar o arquirrival Vasco da Gama, o já veterano mudou de clube no Rio de Janeiro e fez sua melhor temporada na carreira: 44 gols em 70 partidas pelo Fluminense. Na Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022™, Lautaro viveu o sonho de levantar a taça ao lado de Lionel Messi. Sonho este que foi compartilhado por Cano, que virou torcedor e esteve nas arquibancadas para acompanhar a campanha histórica da Argentina.
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Treze dos 106 gols de Cano pelo Fluminense vieram na CONMEBOL Libertadores de 2023 que carimbou o passaporte tricolor para o torneio nos Estados Unidos. Artilheiro da campanha, ele foi eleito o Rei da América naquele ano.
Contra a Inter de Milão, uma jogada no segundo tempo mostrou muito bem a forma como Cano encara o futebol: é o esporte em que ele deve sempre buscar o gol, simples assim. No 13º minuto da segunda etapa, em uma bola na área recheada de atacantes e defensores, a bola sobrou para o argentino. Mesmo de costas para o gol, ele chutou de virada. A bola tinha endereço certo, mas desviou em um companheiro e saiu.
Aos 18, sem capacidade de avançar por todo o campo para chegar ao gol, ele chutou do meio de campo. Ficou curto, mas foi o instinto de Cano em sua essência. Pouco antes, ele havia mostrado que não se limita a chutar. Fez um corta-luz que permitiu John Arias -- o seu grande companheiro no Fluminense -- chutar para grande defesa de Sommer.
Aos 20 minutos do segundo tempo, já extenuado, Cano deu lugar para Everaldo no ataque. Com uma lesão no ligamento do joelho esquerdo, Cano teve que se recuperar às pressas e quase ficou fora do Mundial de Clubes. Antes de atuar na estreia contra o Borussia Dortmund, seu último jogo havia sido em abril. Certamente foi esse percurso que o levou às lágrimas ao marcar o seu primeiro -- e decisivo -- gol no torneio.
"Hoje, todo mundo está de parabéns, ofensivamente, defensivamente. Estamos no caminho certo deixando o Brasil no lugar mais alto, no topo", disse artilheiro.
