Under‑the‑radar: 5 reforços da Premier League que já fazem a diferença

A Premier League é cada vez mais uma Superliga Europeia que concentra talentos em todas as equipas e faz contratações como mais nenhuma. Sozinha, a Liga Inglesa gastou mais dinheiro neste mercado de transferências que todas as outras ligas do big-5 juntas. Números que não escondem o impacto da Premier no futebol europeu.

Entre muitos milhões de euros investidos neste mercado, há nomes que passam despercebidos, quase ocultos, mas que têm brilhado. Muitos foram caros, mas não têm o maior foco de luz e poderão ser revelações nesta Premier League. Olhamos para cinco desses casos.

Rayan Ait-Nouri (Manchester City)

Man City

Chegou ao Manchester City ainda antes do Mundial de Clubes e rapidamente se percebeu que tem o perfil exato que Pep Guardiola quis valorizar esta temporada. Chegou do Wolverhampton por mais de 36 milhões de euros, um valor que ainda pode subir, e tem sido o titular dos cityzens no arranque da temporada. 

Pep Guardiola está a valorizar o talento individual para responder a lacunas criativas coletivas. O Manchester City ainda não se parece uma equipa com a consistência e a marca do treinador catalão e tem apenas três pontos nesta edição da Premier League. Ainda assim, o lateral argelino tem mostrado atributos para se destacar.

Será sempre um jogador amado por uns e odiado por outros, com atributos claros e lacunas evidentes. Compensa a ausência de sentido posicional e agressividade em alguns princípios elementares no processo defensivo com uma panólplia abrangente de recursos criativos, de soluções no drible e de possibilidades combinativas com os colegas. 

Estêvão (Chelsea)

Catherine Ivill - AMA/Getty Images

Já que estamos a falar de pés esquerdos bem calibrados, o nome de Estêvão é uma recordação imediata. O último golo que marcou pelo Palmeiras foi diante do Chelsea, o que colocou água na boca de forma imediata nos adeptos blues, que já estão perante a sua nova coqueluche.

Num mercado como o de hoje e num clube como o Chelsea, os 34 milhões de euros pagos - por agora - por Estêvão são uma pechincha que todos poderiam facilmente comprovar. É um dos mais habilidosos e promissores jogadores do futebol e aproveitou a lesão de Cole Palmer para ganhar espaço como extremo direito, a pé trocado.

É um criador de jogadas e de lances de perigo. Tem passaporte brasileiro e a identidade canarinha nota-se a léguas, com dribles bem metidos, acelerações e magia nos pés. Alia a criatividade desbravada com o compromisso com o coletivo, demonstrando uma maturidade competititiva brutal aos 18 anos de idade.

Kiernan Dewsbury-Hall (Everton)

Ao Chelsea chegam, do Chelsea vão. O projeto desportivo deTodd Boehley para os blues provocará sempre situações delicadas e é propício a criar injustiças, com jogadores de relevo a passar despercebidos em plantéis insuflados e com muita qualidade individual.

Era esta a situação de Kiernan Dewsbury-Hall, um elemento do banco do Chelsea apenas para a rotação, e que felizmente foi desfeita este verão. Os blues assumiram o prejuízo e venderam o médio inglês ao Everton por pouco mais de 28 milhões de euros. 

Vive na sombra do protagonismo de Jack Grealish, outra das novidades dos toffees, e tem brilhado no arranque de época. Consegue ter influência a jogar em posições mais baixas e sente-se confortável com bola nos pés,, mas é no último terço que, pelo passe e capacidade de chegada à área, que mais se pode destacar. Promete muitos números.

João Palhinha (Tottenham)

Tottenham

Por falar em perfis de médios, o de João Palhinha surge no extremo oposto. O cão de guarda português abraçou a Premier League como se sempre a tivesse conhecido, quando jogava no Fulham, e depois de uma experiência sem protagonismo no Bayern Munique, regressou a "casa" por empréstimo com obrigação de compra.

O Tottenham de Thomas Frank é o paraíso para um médio como João Palhinha. Os spurs são uma equipa de tremenda capacidade física e atlética, com marcações agressivas e médios combativos. Jogam com bola, mas o principal predicado dos londrinos é a agressividade defensiva.

Não é, portanto, de estranhar que João Palhinha seja um dos mais entusiasmantes jogadores para os spurs. Preenche o meio-campo defensivo, rouba bolas e é eficaz nas bolas paradas. Com a entrada óbvia de Xavi Simons no onze, ganhará ainda mais relevo como compensador.

Christian Mosquera (Arsenal)

Só fez um jogo, de forma forçada, mas será uma das pechinchas da Premier League. Numa era de jogadores hiperinflacionados e de privilégio das características físicas, o Arsenal deu-se bem ao gastar apenas 15 milhões de euros com Christian Mosquera. 

A defesa do Arsenal é um assombro em nomes e opções. Há um quarteto titular e um suplente com tremenda qualidade e é neste último que o defesa internacional jovem espanhol se enquadra. A forma como rendeu o lesionado William Saliba contra o Liverpool foi de destaque.

Na estreia na Premier League e em pleno Anfield, o defesa controlou Hugo Ekitiké, outro dos nomes fortes desta edição da Premier League. Faz-se impor pela capacidade de vencer duelos e de jogar antecipação, consegue limpar atrás e controlar a profundidade e tem saída de bola. Há mais uma rocha na defesa de Mikel Arteta.