A duas semanas das eleições do Benfica, sistematizamos as principais ideias que os seis candidatos apresentam nos respectivos programas no que toca ao futebol. A generalidade dos candidatos é crítica da direção de Rui Costa, a quem aponta o dedo pela falta de conquistas desportivas, pela abordagerm ao mercado de transferências e pela aposta limitada na formação.
CRISTÓVÃO CARVALHO
É o candidato que faz promessas mais concretas. Acalenta esperanças de ver Jurgen Klopp treinar o clube, quer "vencer pelo menos 3 em cada 4 títulos nacionais" e almeja "conquistar 3 títulos europeus nas próximas 12 épocas". A nível de formação, defende que a equipa titular terá de ter, no mínimo, quatro jogadores oriundos do Seixal.
JOÃO DIOGO MANTEIGAS
O site da candidatura opta por se centrar menos nas críticas à direção e mais na visão que pretende implementar. Este advogado de 42 anos quer um Benfica "líder" nos planos nacional e internacional e considera que, no que ao futebol diz respeito, uma via eficaz para o fazer é apostar na formação e reforçar o scouting. Este segundo eixo, sustenta, é fundamental para que as contratações sejam "criteriosas" e o investimento "responsável".
JOÃO NORONHA LOPES
É contundente nas críticas à direção de Rui Costa, que acusa de ter tido uma "gestão reactiva, errática e desalinhada". O empresário de 59 anos quer que o clube dê maior prioridade "ao desenvolvimento de talentos internos", argumentando que é necessário ser-se "muito mais eficiente" no mercado de transferências. Tal como outros candidatos, propõe o reforço do scouting e defende ainda a criação de um departamento de data analytics.
LUÍS FILIPE VIEIRA
O antigo presidente encarnado escolheu como lema "Voltar a ganhar" e promete "investir com critério" de modo a "voltar a ganhar o tetra neste mandato". Também ele defende a aposta na formação, advogando que a "base" do plantel seja fornecida pelo Seixal. Vieira, que acusa a actual direção de ser responsável pela recente "debilidade financeira" do clube da Luz, tem no scouting outra das suas apostas.
MARTIM MAYER
O empresário de 51 anos sublinha que, nas últimas cinco épocas, o Benfica teve uma "taxa de insucesso" de 85% no que respeita a títulos no futebol. "Em 15 anos gastaram-se mais de mil milhões em compras de jogadores", frisa, vincando que o saldo final entre compras e vendas é "próximo de zero". Martim Mayer conclui que uma das razões para os insucessos recentes é a falta de "estabilidade" do plantel.
RUI COSTA
O actual presidente, que se recandidata, opta por publicar um texto de carácter mais geral no site da sua candidatura. Salienta que se mostrou disponível para o clube "no momento mais difícil" - ou seja, quando Vieira se demitiu - e frisa que o mandato que agora termina serviu sobretudo para ultrapassar "o cabo das tormentas" e devolver "estabilidade" ao clube. Rui Costa, que recentemente admitiu que a prestação desportiva na última época ficou "aquém" do esperado, espera agora ter a confiança dos sócios para "fazer o quer ainda não foi feito".